Peru, Bolívia e Chile – Parte 1

Olá amigos!

Passei 25 dias entre Peru, Bolívia e Chile em Maio de 2009.

Após decidir que gostaria de conhecer essa parte da América do Sul, em grande parte por causa das histórias de amigos meus que fizeram, pelo menos uma parte desse passeio, como o Jean e o Léo, e o Eduardo (Malavasy), mas principalmente pelas fotos que vi dos lugares que visitaria, acabei montando um roteiro muito parecido com o que o Eduardo montou. Decidi as cidades que queria conhecer e a logística não me parecia que seria um problema.

No Chile acho que as coisas são mais tranquilas… Qualquer um que despencar lá, mesmo que marinheiro de primeira viagem se vira bem… Já no Peru e principalmente na Bolívia é bom ter informações de qualidade antes de carimbar o passaporte, pois existem grandes chances de uma coisinha ou outra dar errado.
Não é nada de mais também, salvo raras exceções que vemos por aí… Todos foram, curtiram e voltaram… Uns com mais histórias, outros com menos lugares visitados do que poderiam, uns com o budget estourado, outros com uma coisinha ou outra na saúde para se recuperar, mas todos voltam com ótimas fotos, histórias e principalmente lembranças.

Minha viagem estava programada para durar 24 dias, mas acabou que durou 25 por conta de umas pedrinhas que topamos pelo caminho…
Nós passamos pelo Peru, Bolívia e Chile. O roteiro foi:

São Paulo – Lima – Nazca – Cuzco – Arequipa – Puno – Copacabana – La Paz – Iquique – Calama – San Pedro de Atacama – Salar de Uyuni – San Pedro de Atacama – Calama – Santiago – São Paulo

Os trechos de avião (além dos óbvios) foram: Cuzco – Arequipa; La Paz – Iquique; Iquique – Calama; Calama – Santiago.

O trecho Iquique – Calama eu fiz pela Sky Airlines. Tive que fazer tudo por e-mail, pois o site não aceitava pagamento de cartão brasileiro. O preço para estrangeiros não era o mais barato, mas mesmo assim ficou muito mais barato que qualquer outra opção.
Os outros trechos eu peguei uma espécie de passe da América do Sul da Lan. Dava direito a 3 trechos e o preço era praticamente o mesmo que comprar do site chileno. A única obrigação era que os trechos de ida e volta (SP – Lima e Santiago – SP) fossem da Lan. Eu já ia comprar da Lan mesmo, então tranqüilo!

O resto foi de ônibus.

Vou incluir aos poucos os dias da viagem aqui.

Bom, vamos ao que interessa!

16/05/2009 – Dia 1 – São Paulo / Lima

Chegamos em Lima na hora do almoço. Apesar de não ter muita coisa (nada) que queria muito conhecer lá, claro que queria o mais rápido possível deixar as coisas no hostel e correr bater perna na cidade para usar bem as pouco mais de 24 horas que tinha programado para ficar lá. Seguindo alguns conselhos, não fiz reserva em nenhum hostel… Apenas anotei o nome do meu favorito e também de alguns outros só por desencargo de consciência.

Estatisticamente eu não posso ser considerado um cara “sortudo” para essas pequenas coisas do dia a dia… Então claro que essa pousada estava cheia bem nesse final de semana.

Como iria ficar só uma noite lá, achei depois que deveria ter reservado, principalmente para não perder tempo.

Esse lance de não reservar nada antes, para mim é meio furada, principalmente para lugares onde se tem o tempo contado ou não se tem como negociar melhores preços… Não foi o único lugar que me arrependi de não ter feito reserva antes.

Também já logo que chegamos lá, o táxi que era para ser $ 45 (Onde $ é dinheiro local) acabou sendo $ 60, pois um quarteirão antes passamos a avenida onde muda o preço na tabela.

Claro que eu sei que essas coisinhas acontecem com todo mundo todo dia, mas comigo é bem mais que 2 X 1 a proporção como verão a seguir!
Ainda bem que é só nessas coisinhas de nada!

Bom, pousada cheia e já de cara a notícia… Em 2 dias iria ter um “Paro” em Cuzco que deve durar 2 dias… Quão ruim é isso, perguntei… “Se você vai conhecer o Vale Sagrado e Machu Pichu, é bastante ruim”, a menina da agência de turismo que fica dentro do hostel me respondeu…

Aí caiu minha ficha… Eu estava tentando reservar o trem para Machu Pichu no dia que estaria lá e não estava conseguindo… Bem nesse dia não tinha vaga e nem nos próximos. O que aconteceu é que o pessoal que tinha marcado o trem para esses dois dias estava sendo remanejado para os outros dias… Bem os dias que estaria em Cuzco…….

O que rolou então foi que a menina da agência fez o dono da agência ir lá falar com a gente. Ele nos pegou e nos levou até uma pousadinha razoável que tinha mais ou menos perto dali e depois nos levou até a sede de sua agência, em uma galeria de Lima. Ele parecia ser a nossa única esperança de conhecer Machu Pichu nessa viagem. Não queria nem pensar em não conseguir ir até lá…

O cara fez umas 10 ligações até que conseguiu com uma agência de Cuzco uma possibilidade de nos colocar no primeiro trem que sai lá de Cuzco mesmo para Aguas Calientes. Era só uma possibilidade ele disse. Se não desse certo disse que nos devolveria o dinheiro. Bom, não tive dúvida… Fechei lá mesmo e gastei bem mais que gostaria. No final, foi a melhor escolha daquele dia! Quando cheguei lá em Cuzco, vi que não teria nenhuma chance de ir para lá se não fosse por eles! Bom, deu tudo certo e fui para Machu Pichu!!!

A ideia era fazer o tour do Vale Sagrado e não voltar para Cuzco. Sair de Ollantaytambo direto para Aguas Calientes. Dormir lá e subir para Machu Pichu no dia seguinte. Essa é a maneira mais proveitosa e barata de ir até lá. Não foi o que pude fazer…

Por causa dessas mudanças o cara me arrumou um ônibus para Nazca no meio da madrugada, para eu ter tempo de chegar a Nazca, fazer o sobrevoo e no mesmo dia embarcar para Cuzco e chegar na manhã seguinte antes do fechamento das estradas. E assim foi…

Em Lima, o que deu para fazer foi andar pelo bairro de Miraflores, passear um pouco no Shopping de Miraflores e fazer uma espetacular refeição em um restaurante do shopping com vista para o Pacífico. Comi ali o meu primeiro Cevice. Primeiro de muitos… Finalmente meu primeiro momento de alegria extrema na viagem!!!!

 A pousada

  Shopping Miraflores

Peru, Bolívia e Chile – Parte 2

17/05/2009 – Dia 2 – Nazca

Acordamos muito cedo e conforme combinado um motorista foi nos buscar para nos levar até a saída do ônibus para Nazca. Fomos de Cruz Del Sur, em um ônibus muito bom. Muito bom mesmo! Nem sei o preço, pois estava no “pacote” que acabei fechando com o cara da agência.

Para entrar no ônibus todos passam por um detector de metal e um cara passa filmando (sim, com uma filmadora) um a um. O ônibus tem internet wi fi, uma sala com um computador, serviço de bordo e ótimas poltronas. Tinha 2 motoristas e o banheiro era só para xixi. Para opção 2 tinha que pedir para encostar e fazer na estrada!!! Não tinha nenhum infeliz com música alta ligada e o DVD só começou a passar depois das 10 da manhã. O ônibus não parou para pegar ou descer passageiro em nenhum lugar fora das oficinas deles. Ficamos bem tranquilos com as mochilas no porta-malas, já que tinha visto muitas histórias de roubo das mochilas. O ônibus também tem alerta de velocidade que quando o motorista passa dos 90 Km/h, toca um apito alto em todo o ônibus. Isso inibe o motorista a ficar acelerando por aquelas estradas. Apesar de ter me acordado umas 2 vezes, achei ótimo aquele negócio!

 

Quando chegamos em Nazca, já tinha um pessoal nos esperando e já logo nos levou até o aeroporto.

 

Fizemos o sobrevôo… Muito legal!!!! Muito mesmo! Eu odeio avião… Aqueles então, faziam parte de muitos dos meus pesadelos! Mas na hora só queria fazer o vôo e ver as figuras!

 

Foi muito bom! A Dé teve que usar aqueles saquinhos da poltrona, mas fora isso, foi tudo bem!!!

“ahora por la izquierda…” E tome saquinho de vomito!!!!!!!!

 

Depois fomos passear na cidade e usar a internet… Não tínhamos pousada lá, então o jeito foi arrumar alguma coisa para passar o tempo até a hora do ônibus.

 

Uma especial atenção para essa foto abaixo… É o teclado da Lan House de lá!!!!!!!

 

No mínimo era de um PC XT.

 

Não fomos ao cemitério que tem lá que o pessoal costuma visitar. Não estava nem um pouco a fim de ver múmias e essas coisas… Já me bastavam as que andam e falam…

Algumas pessoas comentam que não é necessário fazer o vôo, pois dá para ver umas figuras dos mirantes e tal…

Olha só, se alguém vai até Nazca e não faz o sobrevôo, no mínimo perdeu tempo… Para ver 2 ou 3 figuras de cima de um mirante no meio da estrada, é melhor nem ir para lá… Veja as figuras aqui na internet… Bem melhor!

Ir até Nazca para isso…

Fala sério…

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Na hora marcada, embarcamos para Cuzco no trajeto que mais me assustava. É uma estrada bem complicada e que o motorista tem que ter muita responsabilidade, pois ali errou, já era. Nessa hora achei muito bom estar com uma companhia tão boa… Acaba que passa uma tranquilidade maior, apesar de saber que é só sensação mesmo.

 

Peru, Bolívia e Chile – Parte 3

18/05/2009 – Dia 3 – Cuzco

Depois de um pouco mais de 14 horas, chegamos em Cuzco. Pedimos para o taxista nos levar em alguma pousada perto do centro, pois já sabíamos que não teríamos muito o que fazer lá por causa da greve, então queríamos ficar perto do centro para pelo menos poder andar por lá com mais facilidade. Ele nos levou para o Hostel Casa Grande. Nada de mais, mas estava bom. Só um pouco caro para o que oferecia (não muito, só a localização mesmo). Pagamos US$ 30,00 por dia o casal.

Nesse dia fizemos o city tour, pois o city tour não saia da cidade e então não tinha problema da greve, que fechava só as estradas e as linhas de trem. Assim já resolvia uma coisa e iríamos ver o que rolava nos outros dias.
Achei legal o City Tour, mas no final começa a cansar um pouco… Fica tudo muito parecido. Mas vale a pena!

 

 

19/05/2009 – Dia 4 – Cuzco

Nesse dia fomos até as agências para ver se teria como fazer o passeio do Vale Sagrado… Claro que não! Então, o negócio foi andar pela cidade para lá e para cá! Andamos muito esse dia. Senti então pela primeira vez os efeitos da tal altitude. Tinha hora que o melhor era ficar quieto e se concentrar na respiração!!!

Andamos bastante… Por todas aquelas ruas, praças e depois no mercado municipal… Aquele mercado é coisa de louco! Que coisa zuada! E muito divertida também!

Assim que chegamos, pára um caminhão desses normais, não era desses frigoríficos, e um cabra me pula lá de dentro com um baita leitão nas costas e sai andando no meio da galera levando o leitão para o Box que iria vendê-lo. Aquilo não era nada para o que nos esperava dentro do mercado…

Todos os caras deixam as carnes expostas em cima do balcão… Sem proteção, sem refrigeração, sem nada.  É inacreditável a quantidade de moscas que habitam aquele lugar. Numa guerra de insetos, a infantaria de borrachudos que mora na Ilha Bela (Quem já foi lá sabe do que estou falando) fica ridicularizada perto do exercito de moscas daquele mercado… Sei lá, um trilhão, quem sabe…

Do lado de fora, um cara que entregava botijão de gás (só isso), parou a moto que nem o nariz dele ali na frente do mercado… Adivinha… Moto no chão e botijões pela calçada! Amazing!

Ah, tem uns caras vendendo ovos de codorna em um carrinho com as próprias codornas dentro do carrinho! O camarada enfiava a mão lá e te dava o ovo! Imagino que ele cozinhava ali também, mas não posso afirmar!!!!

Nesse dia em um momento cola um cara jovem e bem vestido que já lança em alto e bom tom: Hey amigo, Marijuana?

Dei uma risada, balancei a cabeça e seguimos, assim como ele atrás de clientes!

Como não me interessei, não posso informar aqui o preço para os adeptos!!!

 

20/05/2009 – Dia 5 – Cuzco

Nesse dia, mesma coisa. Fomos até as agências na esperança de fazer o tour para o Vale Sagrado. Nada feito.

Pelo menos no final desse dia recebemos a confirmação da dona da agência que o cara de Lima contatou que seria possível fazer o tour para Machu Pichu no dia seguinte… Era a notícia que eu precisava!

Esse dia fizemos umas compras e passeamos um pouco de manhã. De tarde já estávamos cansados e sem muito mais o que explorar, então ficamos no hotel assistindo TV, dormindo um pouco e navegando na internet.

Enquanto estávamos na praça principal pela manhã, sentados em um banco apenas curtindo o movimento, percebi um cara saindo de uma obra ali nas lojas que cercam a praça. O cara me sai com dois baldes e vai em direção a fonte no meio da praça… Estando no Peru, já logo saquei o que viria e lancei mão de minha máquina!!!! Dito e feito, o cara pegava água para o cimento da obra na fonte da praça principal da cidade!!!

De noite, em busca de trocar algum dinheiro, encontramos esse empresário do ramo, já com uns 12 ou 13 anos… De experiência? Não, de idade mesmo… Acho que os negócios não vão bem, pois ele chorava bastante!

Coitado…

 

Peru, Bolívia e Chile – Parte 4

21/05/2009 – Dia 6 – Machu Pichu

Acordamos bem cedo e estávamos pronto antes do horário combinado. Como não estávamos certos se tudo correria bem em relação ao nosso passeio, ficar esperando o pessoal naquele frio não foi nada agradável. O pior é que os caras atrasaram muito! Eu olhava para o relógio e já estava quase na hora do trem sair e nada dos caras… Eles chegaram muito depois do combinado e saíram que nem uns loucos para a estação do trem…
Quando chegamos o trem já estava partindo… As plataformas para o pessoal passar já haviam sido retiradas e alguns vagões já estavam até fechados… Corremos e conseguimos entrar. Foi por muito pouco essa!

Os caras da agência me deram um monte de papel e na correria eu entreguei tudo para o cara que estava lá para conferir as entradas. Só que ali também estava a volta e ele não me devolveu nada. Quando eu percebi que não estava com a volta, fui até o cara e disse que eu tinha entregado tudo para ele e que ele por favor verificasse que meu ticket de volta estava lá e me devolvesse.
Ele já teve a primeira reação que grande parte dos Peruanos e Bolivianos que cruzei tem: “Não, para mim não entregou nada”.
Ali eu vi que teria problemas. Eu insisti bastante com ele… Falei, falei, falei… Bom, já tinha desistido… Já estava pensando no que iria inventar para conseguir embarcar no trem de volta, mas não seria fácil, pois o trem estava completamente lotado e provavelmente voltaria assim também.

Depois de um bom tempo, o cara me volta com meus papeis e me entrega o ticket de volta. Nem acreditei que ele se deu o trabalho de procurar… Mas me salvei dessa!

O caminho até lá é bem agradável. Não estou acostumado a andar de trem e curti muito a viagem.

 

Em Aguas Calientes já fomos para a fila do ônibus que nos leva até a entrada de Machu Pichu.

Eu cheguei a ver que tem um pessoal que prefere subir a pé e tal… Eu não recomendo isso a ninguém… Se quer economizar os US$ 6,00 (acho que é isso que custa o trecho), faça isso na volta, que pelo menos é decida e você já gastou a energia lá dentro! Na ida eu considero uma economia bem porca.

Machu Pichu estava lotada!!! Era o primeiro dia de visitação desde a greve. Nos outros dois dias anteriores só chegaram lá os caras da trilha inca. Não tinha para onde ir que não tinha um monte de gente. Quase nenhuma foto sem um desconhecido junto!!!!!

Tava tranquilo, viu?!?!

Uma pena em Machu Pichu, que das ruínas que vemos, não sobrou muita coisa das construções originais dos incas, que mostram como aquele povo era avançado, mas sim um monte de pedras irregulares recolocadas por um monte de peruano sem noção que os caras arrumaram lá para remontar o lugar e continuar tendo como atrair os turistas… Mesmo assim, é espetacular o lugar. Avistar a cidade ali de cima é extraordinário… Impossível não ficar criando historinhas na cabeça de como era a vida deles ali. Lugar lindo!

 

 

Quando eu fui para o México, escutei uma história muito pior sobre o que fizeram nas pirâmides de Teotihuacán. Essa história carece de confirmação, mas o guia falou que quando os caras descobriram as pirâmides há uns 100 anos atrás, eles para acelerar a retirada das coisas (terra, grama e até arvores crescidas) que estavam por cima das pirâmides, usaram dinamite para acelerar o processo… Aí, já sabe o que aconteceu… Pedrinha e cimento para remontar o negócio!!! Lá se vê menos das pedras originais – grandes, lisas e perfeitamente encaixadas – do que se vê em Machu Pichu, mas da mesma forma é um lugar lindo!

 

Bom, no fim, gostei muito de lá e nem me importei mais em ter gastado tanto para conhecer o lugar. Valeu cada centavo.

 

22/05/2009 – Dia 7 – Cuzco / Arequipa

Nosso vôo para Arequipa saia por volta da hora do almoço. Tínhamos conseguido fechar no dia anterior um passeio para um dos lugares do vale sagrado… Pisac! Achei ótimo isso, pois assim conheceríamos um pouco do que a greve nos privou. E também o cara iria nos deixar no aeroporto depois. Ótimo negócio! Tentei isso em umas 3 agências e a diferença de preço que achei foi brutal… Não lembro o nome da agencia que fechei, mas não era ali na praça principal, era em uma rua lateral. Foi a metade do preço das outras.

Saímos muito cedo para dar tempo de conhecer o lugar e chegar na hora ao aeroporto. Andamos por tudo lá. Muito bom!

 

Quando saímos de lá ainda tínhamos algum tempo, então o motorista nos levou a dois lugares que foram sensacionais, e para quem gosta, não pode deixar de ir. Foi muita sorte termos ido para lá, pois curtimos muito Pisac e esses dois passeios extras!

 

Primeiro um lugar onde mora um pessoal que faz aqueles “crochês” deles (Mil desculpas, mas não sei o nome da técnica deles).

Lá eles têm um pasto para Lhamas e Alpacas que podemos ir lá alimentar os bichos. Dos próprios bichos eles retiram a lã que usam. Aí eles nos mostraram as formas de fazer as roupas, tudo artesanalmente e em pequenas máquinas que ajudam a separar os fios.

 

 

Depois nos mostram de onde eles obtêm as cores que tingem as roupas… Foram nos dando alguns materiais e íamos colocando em um pedaço de papel. Tinha uma das cores que era uma espécie de pulgão espremido que dava a cor (o vermelho, imagino!).

Muito legal! Não tinha nenhuma cobrança obrigatória, eles não tentaram em nenhum momento empurrar algum produto deles para nós e eu só dei uma contribuição para eles no último minuto que estava lá, e a mulher que estava nos atendendo fez tudo com a maior boa vontade, mesmo sem saber se iria ou não receber algo (Apesar de que todos davam uma ajudinha para eles lá… Claro que ela devia imaginar que sim).

Fiquei encantado com isso… Nada comum nessa viagem esse tipo de atitude. Se soubesse antes de lá teria feito todas as compras de lembrancinhas lá, apesar de não saber bem tudo que tinham lá para vender. Na verdade eu acho que eles trabalhavam mais com encomendas para as lojas da cidade… Não sei mesmo o que se comprava lá ou não. Nota 10 para o lugar e o pessoal!

 

Depois fomos a um pequeno zoológico particular de um cara muito gente fina. Também não tinha pagamento obrigatório. Só contribui com o que você quer.

O próprio dono fez o passeio com a gente lá. Outras pessoas estavam fazendo com o pessoal dele que trabalha lá. Quando ele viu que éramos brasileiros e que entendíamos um pouco dos bichos e que curtíamos muito, ele mesmo veio fazer o tour com a gente. Ele disse que curtia brasileiros (Não quis nem perguntar por que!!!!!!).

 

É um lugar onde ele reabilita animais que tiveram problemas ou sofreram maus tratos. Ele sustenta o lugar sem nenhuma ajuda do governo. Se pode entrar em todas as jaulas. Só na do Puma que não pode… Mas tudo bem, eu nem queria!
Ele conta a história de cada animal de lá… Porque está lá; quem levou; se tem chances de voltar para a natureza… Essas coisas.

 

 

 

 

Os dois Pumas, por exemplo, eram de um circo que não conseguiam mais usá-los, pois eles ficaram muito agressivos.

 

Lá tivemos nosso primeiro contato com os Condores. Depois os veríamos na natureza no Canyon Del Colca. Esse casal de Condores foi levado para lá porque foram envenenados por moradores ignorantes que acham que eles podem atacar o rebanho deles. Esses condores não serão reintroduzidos, assim como os Pumas, mas ele contou que depois de uns 3 anos que eles estavam lá eles tiveram um filhote e esse filhote foi levado para a natureza.

 

Sensacional esse bônus que tivemos nas últimas horas de Cuzco! Eu curto muito essas coisas. Foi realmente um dia especial da viagem! No roteiro original, era só um dia para acordar tarde e ir direto para o aeroporto… Como são as coisas…

Arequipa:

Em Arequipa, por recomendação do meu amigo Léo, ficamos na Posada de San Juan. A pousada é bem localizada e bem arrumadinha também. Só que o pessoal que trabalha lá é um bando de idiota… A mulher da posada veio dentro do meu quarto discutir porque ela achou que eu estava devendo 60 centavos para ela! É sério, foi lá no quarto, entrou e meteu a boca em mim. Isso porque eu paguei em dólares e ela depois fez o cambio, pois queria os Soles naquela hora. Só que a infeliz fez a conta toda errada e chegou a conclusão que eu estava devendo 60 centavos para ela. Não acreditei…
Para não dar continuidade naquela palhaçada eu abri minha carteira, contei minhas moedinhas e paguei a mulher. Ensinar matemática para ela seria muito mais trabalhoso…
Óbvio que não recomendo o lugar.

Contratamos o passeio para o Canyon Del Colca e fomos passear um pouco pela cidade. Muito bonita, pelo menos por onde andamos!

Peru, Bolívia e Chile – Parte 5

23/05/2009 – Dia 8 – Arequipa / Chivay

Fechamos o passeio para o Canyon Del Colca com uma agência arrumadinha lá na praça principal (Plaza de Armas). Escolhemos uma das opções mais caras, também por recomendação do Léo, pois não estava a fim de embarcar nessa com aqueles carros todos estourados que vimos por lá.
A diferença no passeio é o hotel que fica, o que está incluído e o carro que vai. Acabamos então ficando em um hotelzinho melhor no passeio, o que não é grande coisa no fim… Tinha água quente o dia inteiro pelo menos… Mas também tinha um letreiro luminoso que parecia que estava dentro do quarto! Fueda…

A van realmente era boa comparada com as que vimos por lá, mas não era uma Sprinter, conforme os caras da agência tinham falado. Não reclamei, pois entrei na van e vi que era aparentemente confortável.
O principal problema era o motorista… Ele socava o pé no acelerador… Todo mundo com muito medo na van. As curvas na parte de contramão da pista sem absolutamente nenhuma visão do que vinha do outro lado… Até que uma hora uma mulher não agüentou e reclamou… O cara ficou puto… Diminuiu um pouco e depois voltou a correr… Aí vira e mexe o pessoal reclamava. Ele diminuía um pouco e voltava a correr.
O outro problema era que quando ele estava devagar, ele começava a querer dormir ao volante… Que foda… Quem conhece lá sabe como é a estrada… Passou reto numa curva ali e já era… Encontra o Criador!

O nosso hotel era o mesmo que o pessoal da agência levava o pessoal para almoçar. Tinha um corredor onde uma galera do restaurante e do hotel passava… Ali também ficavam os banheiros… O masculino não tinha porta… Dá uma olhada onde ficava o mictório do banheiro…

Claro que todos tinham que usar os vasos…

Nesse dia fomos para as piscinas aquecidas que fazem parte do passeio… Muito bom! Estava um frio insano do lado de fora e aquela água mega quente… Claro que escolhi uma piscina e de lá não saí até a hora de ir embora!

Depois a janta com danças típicas que também estava incluído no meu pacote. O pessoal que pegou umas opções mais baratas teve que pagar essa janta.
Claro que eu fui um dos caras que eles levaram para dançar lá na frente… Levo um jeito para dança que vocês não têm nem idéia…

 

24/05/2009 – Dia 9 – Canyon Del Colca / Arequipa / Puno

Fizemos o passeio conforme planejado. Conhecemos os povos no caminho do Canyon, tiramos fotos e conseguimos ver diversos Condores quando chegamos ao Canyon. Muito bonita a região e muito bom o passeio. Ah, e sem surpresas!

Pelo Caminho…

 

Lá no Canyon!

 

Condores

 

Oi, eu também sou um Condor!!!

 

Eu e meu rebanho…

A única parte ruim foi a volta… Lá íamos nós de novo naquela estrada com aquele inconseqüente imbecil… Antes de sair, nos reunimos e chamamos o cara… Falamos que não queríamos que ele corresse e tal…

Aparentemente ele tinha ficado até mais tarde na “agitada” noite de Chivay e certamente estaria com sono.

Bom, lá vamos nós pela estrada com ele… No comecinho ele até tentou dar uma aceleradinha, mas viu que estávamos começando a comentar e diminuiu… Então o cara me começa a dirigir com um fiozinho de olho aberto só… Maldito!

Quando surge uma ideia brilhante de uma menina que estava com a gente… “Coloca um CD meu para o cara dar uma acordada…” Ah, todos acharam ótima ideia! Pedimos para ele colocar e já nos aprontávamos para cantar ou chacoalhar o carro para o desgraçado não dormir…

Meu, quando começou a tocar o CD, eu olhei para a cara da Débora e começamos a rir tanto!!! Hahahahaha!!!!

Falamos: Agora fudeu!!!!

Já logo a primeira música me vem: Voyage, Voyage…..

(Sim, Voyage Voyage do Desireless – https://www.youtube.com/watch?v=T7YJoGXs2i8 )

Se o cara não tinha dormido até aquela hora, a mina tinha feito o que faltava para o cara apagar ali mesmo!!!!!! Hahahaha!

E quando me chega a segunda música do CD… Elton John!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! Hahahahahahahaha!!!!

Então começa: It’s no Sacrifice…. no Sacri fa fa ice, It’ no Sacrifice at all  ( https://www.youtube.com/watch?v=NrLkTZrPZA4 )

Não conseguíamos parar de rir… A mina olhou para nossa cara com aquela cara de: fiz merda, né?!?!?! Tadinha, estava bem intencionada… Logo pedimos o CD de volta e decidimos conversar bem alto para ver se o cara não dormia! No fim, chegamos vivos…

Na agência onde tínhamos deixado nossas coisas, eu reclamei do motorista com a menina… Falei um monte…
A mina ligou para alguém logo depois que reclamei… Fiquei com medo de ser para o motorista e ele querer me pegar de porrada depois lá na agência! Mas acho que naquela altura ele já deveria estar dormindo…

Como estava tarde, fechei com ela já ali mesmo uma pousada em Puno e o passeio para as ilhas flutuantes na manhã seguinte. O preço que ela me fez era bem parecido com o que tinha previsto gastar pelo que tinha visto aqui no site. Então já fechei logo. A grande vantagem era que o cara da pousada iria nos buscar na madrugada na rodoviária para nos levar até a pousada. Como tinha lido que Puno era um lugar bem zoado, achei que valia a pena.

Aí um jantar na Plaza de Armas

Ah, o Cevice!!!

Cuy

Plaza de Armas

Vam’ bora!

 

25/05/2009 – Dia 10 – Puno / Copacabana

Na madruga o vovozinho estava lá nos esperando para ir até a pousada. Pagamos um quarto por um único motivo, um banho quente! Mesmo porque teríamos poucas horas para dormir até a saída para o passeio.

De madrugada não vimos nada, mas de manhã a realidade da cidade se mostrou… Está bem longe de ser uma cidade bonita.

Essa praça foi o único lugar que consegui tirar uma foto de Puno… O resto é realmente muito feio!

Quando saímos no barco, rezei para o casco do barco ser bem resistente, pois o lago ali perto da cidade é nojento! Verde, cor de bolor… Queria muito conhecer o Titicaca, mas ali ele não impressionava muito não.

Quando chegamos nas ilhas o lago já não estava tão sujo e as ilhas são bem interessantes mesmo! É uma experiência bem diferente estar lá. Por isso, e só por isso, recomendo esse passeio!

O pessoal de lá é bem zoado também… Já vi uma galera  achando legal que o pessoal convidava para dentro das casas e tal… Meu, bando de exploradores! Só queriam saber de quem queria gastar com eles…

Umas 2 mulheres me chamaram e quando disse que não iria comprar as coisas porque não tinha dinheiro, mudaram a cara, o tom de voz e falaram alguma coisa na língua deles que certamente não eram elogios a mim e a minha família… Dei risada!

E o pior de tudo é que não tinha dinheiro mesmo! Estava contadinho o dinheiro peruano para almoçar em um restaurante bem baratinho que encontramos na cidade e irmos para a rodoviária!

Logo que chega lá tem uma explicação sobre o povo de lá e tal… Que ridículo! Os caras me sacam uns bonequinhos e um monte de apetrechos, como se fosse um teatrinho infantil e ficam simulando o “bravo povo navegando pelo lago” e “o homem caçava e a mulher cozinhava”……. Não estava acreditando que estava ali sentado presenciando aquilo.

Quando então eles oferecem um passeio naqueles barcos feitos também de Totora que vai de uma ilha para a outra por $ 5,00. Todos embarcaram imediatamente… Eu já olhei para a cara da Débora e disse: “eu ou você vamos ficar sem almoço hoje…”
Bom, fomos nessa e depois íamos pensar no que fazer.

Desse outro lado eu fiquei andando por tudo lá… Deu para tirar umas fotos e ver algumas aves interessantes… Foi legal.

 

Na ilha flutuante depois da papagaiada toda com os fantoches, eles soltam uma ave linda que eu não descobri a espécie e ela vai lá e come os peixes originais do lago, que eles mostram no meio daquele teatrinho ridículo. Peixes que estão ameaçadíssimos de extinção…
Tem gente lá que falou que a situação dos peixes é feia!
Os peixes que foram introduzidos no lago estão acabando com a população dos peixes originais de lá.

Mano, os caras são muito sem noção… Nessas situações, cada indivíduo é importante… Esses peixes fazem parte da vida deles… Da história deles… Do “show” deles. Era só mostrar também os outros peixes que habitam lá agora e deixar o pássaro comer esses… Mas não… Aquele sábio povo não consegue pensar nem nisso… Afinal, é só um peixe…… Acabou, acabou…………..

Faz as contas… O pássaro comeu uns 3 ou 4 peixes na nossa apresentação. Multiplica isso pelo número de apresentações em um dia. Imagina quantos peixes são comidos só por essa ave em um ano…

Outra coisa legal desse passeio para nós foi que conhecemos a Gracila e acabamos fazendo alguns dias da viagem juntos pela Bolívia. Ótima companhia!

Putz, na volta do passeio, os caras do ônibus que devolvem o pessoal nas pousadas não sabia mais em que pousada tinha pegado quem. Aí eles iam perguntando um a um… E quem disse que eu ou a Dé tínhamos olhado o nome de lá?!?!?! Na esperança do cara não ser um peruano padrão (dos que eu cruzei, claro), respondi: Na mesma que me pegaram!?! Mas não funcionou! Sorte que eu vi um casal no ônibus que eu achava que estavam lá no hotel com a gente e perguntei para eles… Deu certo! Era Posada do Abuelo!

Acho que foi o próprio vovô que nos levou para a rodoviária, já com a Gracila junto com a gente. Lá tinha que pagar uma taxa de $ 2,00 para embarcar… Eu tinha só um!!!!!!!!!!!!!!!!!!.
O cara foi muito gente boa comigo. Ele já sacou $ 1,00 e me deu para pagar a taxa! Abuelo é abuelo!
A Gracila já havia inteirado o nosso almoço e o vovô pagou metade da minha taxa de embarque… Que pobreza!

Atrasamos bastante para sair esse dia, pois uns brasileiros que embarcaram nesse ônibus ficaram um tempão com a polícia de Puno porque tiveram uma mala roubada. Pelo que entendi, eles reclamaram com a companhia de ônibus e os caras não quiseram fazer nada e então foram até a polícia de turistas que existe lá.

Eles viajavam por uma companhia que quando falaram o nome me lembrei de já ter visto aqui no site como uma das mais caras depois da Cruz Del Sur, mas não me lembro o nome agora.

Os caras da polícia deram 24 horas para a mala aparecer ou eles iriam pagar, se não me engano, US$ 100,00 para eles. A demora foi porque eles estavam lá no balcão da companhia pegando os dólares! Claro que não aparece mala roubada! Mas pelo menos tiveram uma parte do prejuízo reembolsada.

Então, quem tiver problemas lá no Peru, pelo visto esses caras da Polícia de Turistas não estão lá a toa! Muito legal isso!

Copacabana

Chegamos no início da noite e o ônibus já pára na porta de um hotel que os caras têm algum acordo… E funciona… A grande maioria do pessoal do ônibus ficou nesse hotel, inclusive nós. Ele era legalzinho e tinha uma vista bem bonita do lago. Tivemos que trocar de quarto porque nosso chuveiro não esquentava, mas foi só isso… Sem maiores problemas.

 

Fomos então jantar… E aí começou a maior seqüência de problemas intestinais que nós sofremos em nossas vidas… Enquanto estive sobre solo boliviano a maior preocupação que podia ter era sempre ter papel higiênico por perto, não importava o que tivesse que fazer para tal!

Andamos pelas ruazinhas e achamos um lugar cheio de hippies e um Bob Marley rolando no estéreo… Resolvemos que ali que iríamos jantar! Esse era o clima de Bolívia que buscávamos!!!!! Hahaha!

O dono era um argentino que já morava lá há muito tempo… Bem louco o cara! Ele tinha tatuado no braço o contorno geográfico da Argentina e da Bolívia pintados nas cores das respectivas bandeiras!

Pedimos os pratos e quando chega a comida, o cara deixa o prato da Dé um pouco longe dela… Ela puxa o prato e vai desgrudando um teco de macarrão a bolonhesa de baixo do prato dela que sabe Deus há quanto tempo estava lá. Nenhum de nós pediu macarrão!
Bom, fingimos que aquilo era normal e poderia acontecer em qualquer lugar e mandamos ver na comida! Não sei a Gracila, pois não tínhamos intimidade ainda para falar dessas coisas, mas nós pagamos o preço por isso!

 

Peru, Bolívia e Chile – Parte 6

26/05/2009 – Dia 11 – Copacabana / La Paz

Contratamos o passeio para a Ilha do Sol direto como o pessoal do barco, na beira do lago. O Lago Titicaca em Copacabana é realmente mais bonito do que em Puno.

O cara não avisa, mas eu perguntei das cobranças que os “locais” fazem na ilha e o cara que vendeu o ticket falou que iriam me cobrar $ 10 na parte norte e $ 5 na parte sul. Até aí, tudo bem… Já sabia que não teria muito como escapar disso.

O caminho até a ilha é lindo e o lago lá da ilha é mais lindo ainda! Quanta beleza! Vale muito conhecer a ilha e principalmente fazer o trekking da parte norte para o sul, ou vice-versa.

 

Agora esse negócio da cobrança de “pedágios” na ilha, os caras estão abusando… Cheguei pelo lado norte e já se vão 10 bolivianos, mas pelo menos lá tem as ruínas… É assim que eles justificam a cobrança. Aí você sai andando para o lado sul e tem um cara e uma mulher te cobrando. É no meio do nada essa cobrança. E a “coitadinha” da tribo que estava nos cobrando teve que interromper a conversa para bater um papo no celular… Lá eles chamaram aquela parte de “Caminho Eterno dos Incas” ou algo do gênero. Bom, lá se foram mais 5 bolivianos.

Eu achei que esse já era o último… Andamos um pouco e tinha uma casinha com uns 4 caras que conferiam se tínhamos pago esses 5 para a mulher do celular.
Uns 100 metros depois já tem outro orelha seca cobrando mais 5 para você entrar na parte sul… Aí eu perdi controle…

Tirei todos os tickets que estavam no meu bolso, mostrei para ele e saí andando… Ele veio atrás e tentou entrar na minha frente para me parar. Aí me curvei para ficar da altura daquele toco de amarrar jegue, engrossei a voz, e disse bem claro para ele que não ia pagar, indo em direção a ele… Pela cara dele, não tinham muitas pessoas que fizeram isso antes!!!

Bom, ele saiu rapidinho da minha frente e disse que todos estavam pagando, que a tribo dele era outra e que lá na frente me cobrariam por isso.
Eu disse que então pagaria para as pessoas lá na frente e fui embora. Minha namorada e a Gracila vieram rapidinho atrás de mim.

Lá na frente ninguém me cobrou nada e ficou por isso mesmo. O único problema é que o barco na volta pára em um lugar que não sei bem o que é, onde o pessoal pode descer para tirar umas fotos. Acho que é tipo um museuzinho ou uma ruína… Não sei bem, pois não quis descer. Mas a Gracila desceu e não pôde entrar, pois precisava do recibinho desse último infeliz. Ainda bem que no lugar não tinha nada de interessante. A galera desceu e em 3 minutos já estavam de volta.

Eu sei que 5 bolivianos não é nada, mas o abuso dessa galera que incomoda. Não tem um banheiro, nem nada. Eles simplesmente se acham no direito de cobrar dos turistas para andar sem oferecer nada. Como é pouquíssimo dinheiro, principalmente para europeus e norte americanos, a galera vai pagando.
Então eles juntam um pessoal, fazem um recibo (todos tinham), e vão cobrando da galera.

Nessa altura, ainda nas minhas primeiras 24 horas de Bolívia, meu amor por eles já era incrível!!!!! Hahaha!!!!

Na volta compramos os tickets de ônibus para La Paz, fizemos umas compras e embarcamos rumo a La Paz.

 

La Paz

Chegamos tarde da noite em La Paz… O caminho até lá é chato… Tem até uma travessia de balsa que não pode ir dentro do ônibus… Tem que descer e pagar (claro) um barquinho para te atravessar… Aí tem que andar por umas ruas escuras e passando na frente de uns bares desses de bebuns até encontrar o ônibus do outro lado.

Quando chegamos, pegamos um taxista que foi bem tranqüilo, pois tinha um pouco de receio disso lá naquele horário. Ele nos levou até um hotel na Calle Sagarnaga e ficamos lá mesmo. Era um hotel mesmo… Ficava parede com parede com uma das companhias dessas mais famosas que fazia o Downhill… Acho que a Xtream. Tinha uma agência de turismo dentro do hotel.

27/05/2009 – Dia 12 – La Paz

Fomos cedo à agência e descobrimos que os passeios para o Chacaltaya estavam lotados… Fomos a outra agência na mesma rua e também estava lotado…

E eu indo na do pessoal de não reservar nada!!!!! ::quilpish::

Eu teria que ir ao Chacaltaya nesse dia, pois no outro eu faria o Downhill. Então acabamos conseguindo fechar com uma das agências um tour privado para o Chacaltaya… Nossa, ficou muito mais caro que o normal… Mas pelo menos poderia conhecer o famoso Chacaltaya!

Após alguns telefonemas, uma briga entre as mulheres das agências que tentavam nos convencer a fazer o tour privado com uma e não a outra e alguma demora, chega o taxista que faria o tour com a gente.

O cara andava a 15 por hora com o taxi… Chegamos lá e não tinha ninguém… Sei lá onde foram parar todos esses tours que estavam lotados… Bom, pela demora do cara , já deviam estar em casa de volta…

Realmente lindo o lugar. Uma vista incrível e paisagens de tirar o fôlego.

Depois fomos para o Vale da Lua. Nada a ver com o Vale da Lua do Atacama… Eu curti o lugar… Realmente incrível as formas e contornos do lugar! O único mal era que já existem casas praticamente dentro desse lugar… Os caras não estão nem aí, vão construindo e ninguém faz nada… Igual aqui!!!!

 

Na volta o motorista passa por uns bairros mais nobres de La Paz, que realmente eram bonitos, mas nada de mais.

Chegando no hotel, nos despedindo do taxista e tal, agradecendo muito pelo passeio com ele e todas essas coisas, ele já lança… “Então, agora vocês tem que me pagar $ 100,00” Que???????????? Como assim??????

“É que já passou da hora do almoço e o que estava pago era só até as 12 horas…”

Eu já fiquei puto, comecei a pegar minhas coisas e falei com pouquíssima educação que não iria pagar nada, pois isso não era o que tinha combinado com a agência… Não tinha nada de horário e se ele queria mais que fosse cobrar da agência.

Ele disse que não, que eu tinha que pagar, que não era assim………

Quando ele viu que eu não ia pagar mesmo ele disse então que pelo menos pagasse o almoço dele… Só que aí, já era tarde meu amigo… Se tivesse falado isso antes, na boa, certamente eu teria pago… Só que quis dar de espertão, se fode!

Para vocês terem uma idéia, no meio do passeio, o cara vê um lugar onde os caras lavam o carro da galera (uma espécie de lava-rápido, mas no meio da rua e com uma mangueira e bucha só) e me pára lá com a gente dentro do carro sem falar nada… Olha para a gente e manda… “Vou lavar o carro”. Desce, fala com os caras e os caras começam a lavar o carro com a gente dentro no meio do passeio…

Não podia acreditar naquilo… Depois que eu percebi… Ele estava enrolando para poder lançar essa da hora do almoço… Que desgraçado…
Depois também parou para calibrar os pneus na maior calma do mundo e quando paramos para comprar água, ficou um tempo lá conversando com os caras…

Bom, ficou sem nem gorjeta.

De noite fizemos compra nas lojinhas que eram bem pertinho do hotel… Um monte delas! É aquele Mercado das Bruxas. Mas na verdade é na rua mesmo, então não é bem um mercado!

 

28/05/2009 – Dia 13 – La Paz

Esse era o dia do tão esperado Downhill pela “Estrada mais perigosa do mundo”, a Ruta de la Muerte!

Era a estrada antiga que ligava La Paz a Coroico e pelo número de cruzes na beira da estrada, foi a última estrada de muita gente.

A Débora não fez esse passeio e foi com a Gracila ver as ruínas perto de La Paz. Ela gostou do passeio.

 

Eu fechei com uma agência qualquer na rua do hotel mesmo o passeio… Percebi que era tudo muito parecido. Os preços também. Eram 3 tipos de bicicleta. Eu peguei a intermediária. Chegando lá, adivinha se me deram a que escolhi… Claro que não! Eles levaram a básica…
Falei um monte para a mulher que estava lá… Eles tinham uma bike reserva que era a mais completa… Ela então falou para eu trocar por aquela para não ir reclamar na agência quando voltasse. Topei e beleza…

A companhia que fiz o Down Hill foi a Chacaltaya Tour.

Estava um frio de rachar esse dia… Para se ter uma ideia, tinha uma Inglesa que não aguentou de frio na parte de asfalto ainda e pediu para ir na van… A inglesa não aguentou!!!!!

Vários trechos do asfalto estavam congelados…

O cara que era o guia não estava nem aí para o pessoal… Ele não falou nada… Pegou a bike e se jogou naquela estrada a milhão… Um Israelense que estava conosco foi na cola dele… Eu não me arrisquei… Não andava de bicicleta havia algum tempo e preferi dosar a velocidade em alguns trechos piores.

A mulher vinha com a van atrás… A mulher era uma anta… Não conseguiu tirar quase nenhuma foto descente dessas que eles gravam no CD e nos dão e não conseguia passar uma informação correta da região quando estávamos no carro… Inacreditável… O legal dela é que ela era a cara daquela Marlene Matos do Pânico na TV!!!!!!! Irado!!!
Ainda bem que eu levei uma máquina e consegui tirar duas ou três fotos no caminho…

O Downhill foi insano! Ir para La Paz e não fazer o Downhill é fora de cogitação… Façam!!!! O visual da selva, dos abismos, das curvas é impressionante. E a adrenalina é 100% do tempo! Extraordinário!

Não pretendo voltar para a Bolívia e especialmente para La Paz, mas se um dia voltar, não vou pensar nem meia vez antes de fazer novamente o Downhill.

 

 

 

Foto abaixo da internet… Nesse lugar quando passei estava com muita neblina!

 

29/05/2009 – Dia 14 – La Paz / Iquique / Calama / San Pedro de Atacama

Saímos logo pela manhã em direção ao aeroporto. Foi nossa despedida da Gracila, que ficaria mais uns dias por lá, antes de retornar ao Brasil.

Nesse dia eu voei de La Paz para Iquique… Sacaram???????????????? Sacaram????????? Não? Deixa eu tentar explicar melhor…

Eu saí disso……..

Para isso…….

Ok, não ficou claro… Então vamos lá de novo:

Saí disso…

E cheguei nisso!!!!!!!

Iquique

Quando chegamos em Iquique… Nossa, que alegria! Mal lembrava de como se parecia a civilização!

Deixamos nossa bagagem no aeroporto com a uma moça da Sky Airlines e pegamos um taxi até a cidade para passar o dia. Acidade é bem longe do aeroporto, então o taxi sai caro, mas não encontramos muitas opções ali…

A cidade é linda! Andamos pela praia, fomos até o famoso shopping Zofri, onde almoçamos (a Dé se esbaldava com sucos e salada, opções impensáveis na Bolívia), e depois caminhamos muito pela orla da cidade. Um espetáculo! No final da tarde voltamos para o aeroporto e rumamos para Calama.

 

Calama / San Pedro de Atacama

Em Calama, encontramos o pessoal do transfer Lincancabur e fomos para San Pedro. O nome da pousada que tinha anotado pelos relatos do Mochileiros, o cara nem conhecia, então falei a segunda opção: Hostal El Monte.

Pontos fracos do Hostel: Muito longe do centrinho. Tinha hora que dava uma preguiça de ir para lá, principalmente depois de alguns passeios mais cansativos…

Pontos fortes: Bem limpo; Os donos são muito gente fina e preparam o café da manhã e deixam em um saquinho para quem sai muito cedo. De todos os dias que estive lá, só um o passeio começava em um horário que dava para tomar café na pousada. Todos os outros começavam muito cedo e sorte que tínhamos essa regalia! Tem Wi Fi de graça. O preço é justo.

Peru, Bolívia e Chile – Parte 7

30/05/2009 – Dia 15 – San Pedro de Atacama

Nessa manhã fomos fechar os passeios, inclusive o do Salar, e caminhar pela cidade.

Os passeios em San Pedro fechamos com a Maxim. Fechamos os seguintes passeios:

1 – Salar do Atacama, Vale da Lua e Vale da Morte (½ dia)
2 – Geysers El Tatio (½ dia)
3 – Ojos Del Salar e Lagunas Cejar (½ dia)
4 – Salar de Tara (1 dia)
5 – Vulcão Lascar (1 dia)
6 – Termas de Puritana (½ dia)

Como fizemos todos esses passeios, conseguimos um desconto muito bom! Tem que chorar até não agüentar mais nesses casos! Eles abaixam bem os preços.

Também fechamos o passeio do Salar de Uyuni, pela Cordillera Tour. Esse ficou US$ 150, retornando para San Pedro.

 

No Restaurante do dia a dia! (Olha o Brutus alí!!!)

 

San Pedro

 

Fomos então nessa tarde para o primeiro passeio.

Estava ventando muito esse dia, o que prejudicou um pouco… No vale da morte, por exemplo, nem descemos da Van. Nesse dia já conhecemos o guia Victor. Ele acha um barato ser citado no site Mochileiros!

Lá no Vale da Morte, um guia desceu com a turma dele no meio daquele vendaval e passou pelo Victor e disse: Você tem que fazer tour em Santiago!!!! Hahahaha!

Só vi o pessoal dele sendo arrastado pelo vento… Foi engraçado! 🙂

Depois o Vale da Lua e o pôr-do-sol. No fundo o passeio é legal, mas nada de mais se comparado com os que ainda estavam por vir, então, quando forem fazer, façam esse primeiro, pois os outros são bem mais legais!

 

Salar do Atacama

Vale da Morte

 

Vale da Lua

 

De noite, passear pela cidade e comer bem! Foram assim todas as noites!

Jantei a maioria dos dias no restaurante Adobe, se não me engano. Tinha lareira na parte de dentro, na entrada, e lá na parte de trás, que é aberta. Sempre pedia uma das opções de “prato do dia” do cardápio, que eram bem em conta, fartas e muito gostosas. O atendente era o Brutus (Sim, aquele do Popeye!!!) 🙂

 

31/05/2009 – Dia 16 – San Pedro de Atacama

Fomos ao El Tatio nessa manhã. Frio de -8° e o humor da Débora proporcionalmente negativo!

Nesse dia conhecemos o Evandro (o do relato com link lá em cima!). Ele nos acompanhou por alguns passeios no Atacama e fez o Salar de Uyuni com a gente. Ótima companhia! Gente finíssima!

Tomamos um bom café da manhã quando chegamos lá e aguardamos o nascer do sol para curtimos o espetáculo.

Nesse dia não vimos água jorrando a 2 metros de altura, mas vimos que esse lugar é lindo e vale muito a pena a visita. O fenômeno é muito interessante e o lugar todo fica especial.

 

Não tive coragem de entrar nas águas onde o pessoal se banhava… Que frio!!!!

 

Na volta paramos em um povoado que só vale mesmo para usar o banheiro (Ainda com os efeitos da Bolívia).

 

De tarde embarcamos no passeio que mudou meu conceito a respeito de lugares bonitos. Agora para eu achar que um lugar é bonito, esse lugar tem que se esforçar muito!

Os lugares que visitamos nesse passeio são: Lagunas Cejar e de Piedra, Ojos del Salar e Laguna Tebinquiche.

Em nossa primeira parada, podemos entrar em uma lagoa que de tanto sal, não nos deixa afundar… Poucos corajosos se aventuraram… A água estava congelando! Nesse eu decidi tentar, mas não rolou… Uma pena.
Quando a água seca, fica muito sal grudado no nosso corpo!

 

Depois os Ojos Del Salar. Lá também podia entrar, mas não vi ninguém que se arriscou. Ali a água é doce.
Até uma Alpaca consegue tirar fotos iradas naquele lugar!

 

E por fim o pôr-do-sol na Tebinquiche. Incomparável. Nunca vi nada igual… Nem parecido… Foi um momento para se refletir sobre a vida…

 

Havia poucos Flamingos, mas ajudaram a embelezar mais ainda o lugar… Pena que não tinha um botão de “pause” para aqueles momentos…

 

Ali o chão é só de sal… Uns torrões!

 

Em determinado momento, tinha um idiota caminhando pela lagoa, fazendo ondas e estragando o visual e as fotos… Dessa vez não aguentei e fui falar com o cara.
Bom, ele parou e foi para o outro lado…

Ah, vai se catar!
Quer ficar passeando com o pezinho dentro da água, enche uma piscina regan em casa e molha o pé lá……..
Tem um pessoal muito tosco…

 

Peru, Bolívia e Chile – Parte 8

01/06/2009 – Dia 17 – Salar de Uyuni

De volta a Bolívia!!!

Sabíamos que o principal perrengue dessa viagem estava reservado para os próximos 4 dias e nesse aspecto, a Bolívia nunca decepciona! Perrengue é com eles! 😉

Pela Cordillera, estava tudo incluído, como taxas e entradas nos parques… Não tivemos que pagar mais um centavo dessas coisas… Gastamos mais com banheiros mesmo.

A comida também foi satisfatória, apesar das condições de higiene questionáveis que eram preparadas.

E as cagadas dos caras não era exclusividade dessa companhia, então acho que foi uma boa escolha a Cordillera Tour.

Tudo arrumado e lá vamos nós! A primeira parada é sem dúvida muito simbólica e mostra o que nos aguardava pela frente. A imigração boliviana. Eu não me canso dessa foto:

Lá houve a separação dos carros e demos sorte nesse momento… Nosso carro era muito mais legal que o outro… Nós 3 brasileiros e outros 3 franceses, sendo que um casal muito gente boa formamos um carro. O outro tinha só 5 pessoas, e um tédio louco! Eram 3 ingleses, uma francesa e um australiano que moravam na Inglaterra. O australiano e a francesa, que eram um casal, eram gente boa, principalmente o cara, mas acabavam ficando contagiado pelos ingleses… Tinha hora que passávamos por eles e parecia que estavam assistindo uma peça de teatro…

No nosso carro só som alto e o pessoal sempre empolgado fazendo e falando alguma coisa… Várias risadas nesse passeio! E sempre embalados pelos hits da Bolívia!

 

A primeira parada é para preencher um formulário e pagar a entrada nesse parque nacional por onde tínhamos que passar. Não tínhamos que desembolsar nada ali, pois já estava incluída. Aproveitamos para ir ao banheiro………….. Aí, mais história para contar!!! Hahaha!!!

Esse banheiro é interessante… Como todos por lá é pago, mas dá direito a um pedaço de papel higiênico!!!!!!!!!!!!!!! Bom, como ele mede a sua parte que é legal… Ele estica por cima da mesa onde está e mede o comprimento da mesa…… Perfeccionistas que são, para não ter erro, claro, ele passa aquela mão imunda que ele não deve lavar mais que uma vez por mês pelo papel para deixar bem esticadinho em cima da mesa!!!!!!!!!! E vai esticando!!!! Aí, não contente, ele vai dobrando ao meio e repetindo a passada de mão por todo o papel que ele te entrega………

Juro, na hora que eu vi eu achei que era brincadeira e ele iria me dar outro depois! Nojento!!!
Ainda bem que eu tinha o meu! 😉

 

As lagunas desse passeio são, sem dúvida nenhuma, partes principais de todo o tour… O Salar é coisa de outro mundo, mas sem as lagunas o passeio não seria nem de perto o mesmo.

Nossa primeira parada foi na Laguna Branca. Linda e curiosa! É branquinha mesmo!!!!! E era só o começo!

 

Então a Laguna Verde. Essa é sensacional! Aquela cor com o vulcão atrás… Difícil imaginar que estaríamos em um lugar como esse até o dia que embarcamos em uma viagem dessa!!!

 

Um problema… Ela ainda não estava no tom mais forte do verde… Isso vai acontecendo durante o dia de acordo com alguns fatores, como vento.

Tanto na Laguna Verde como na Laguna Colorada, o tour não passa nos melhores horários… Isso é ridículo! Eles tinham que dar um jeito para vermos esses lugares em sua plenitude… Mas…….. Sabemos como as coisas são por lá…

Uma pena.

Mesmo assim, não dá para reclamar, né?!

 

Então paramos no Deserto de Dali. Para alguém que nunca havia estado em um deserto até essa viagem, curti muito o lugar…

Aquilo tudo era deserto de verdade!!!!! Um lugar espetacular onde praticamente nada consegue sobreviver… Paisagens únicas e maravilhosas. Curti muito!

 

Depois paramos em umas termas. Os europeus sempre entravam nessas coisas! Os caras não sentem frio!!!! Eu, mais uma vez, perdi para ele! Fiquei só olhando!

 

Então fomos aos Geysers Sol de la Mañana. Muito legal o lugar e muito diferente dos outros geysers de San Pedro. Não deixem de ver um porque já vão ver o outro… Não tem nada a ver.

Aqui é uma espécie de atividade vulcânica… Pelo que entendi é uma boca de vulcão mesmo, com umas aberturas. O cara falou que existe o risco (mínimo) de alguma parte ceder e cairmos dentro daquele negócio.

Podemos andar por tudo lá e não me parece boa idéia entrar em contato com aquele treco (Não sei o que é… Lama? Lava? Sei lá) Tem duas cores… Uma mais cor de terra e outra mais cor de argila. Não sei o que é cada um…

 

Então fomos em direção ao alojamento da Laguna Colorada.

É possível avistar a Laguna Colorada, mas os caras não passam nem perto com o carro. Ela estava bem vermelha nesse horário, mas os caras inventam uma história que estava ventando muito e então não iriam até lá.

Já fiquei meio puto, pois essa laguna foi um dos principais motivos de minha viagem… Mas tudo bem… Sabia que veria com calma no outro dia…

Só não sabia que de manhã não é o melhor horário e ela ainda não estava com sua coloração completa…

Nossa, é revoltante isso… Na tarde anterior não fomos porque ventava muito, e na manhã nos contavam que não estava vermelhona porque ainda não tinha ventado muito… Bando de imbecis preguiçosos…
Não custava nada dar um pulo com a gente quando chegamos no alojamento… Ainda era 4 da tarde… Tinha tempo de sobra depois para fazer nada no alojamento, que era o que tinha para fazer lá…

Bom, nesse dia fiquei só com o gostinho de avistar de longe a laguna…

Comemos relativamente bem. Só que o frio veio para arrebentar! Fez -15 nessa noite… Passei muito mal de frio…

Cheguei a colocar todos os meus agasalhos juntos… Mesmo assim não melhorava… Foi bem ruim… Ficava andando de um lado para o outro para ver se ajudava um pouco… Fui melhorar só depois que consegui dormir.

A Débora dormiu com 2 sacos de dormir… Nem sei se adianta, mas ela não teve dúvida… Usou o dela e alugou outro lá!!!!!!!!!

Tem sacos de dormir para alugar lá… Não sei se tem para todo mundo… Até acho que não. Quando o cara nos ofereceu, já pegamos logo! Diferente da Débora, eu não havia levado saco de dormir… Ah, mas levei uma fronha de travesseiro para usar nos lugares todos… Estávamos em um deserto, indo para um deserto de sal… Roupa de cama lá deve ver água uma vez por semestre, se muito. Usei direto a fronha! Valeu muito tê-la levado!!!!!! Parece frescura, mas tinha cada lugar…

 

 

02/06/2009 – Dia 18 – Salar de Uyuni

 

Depois de um frio do cão como o da noite anterior, queria logo sair para a Laguna. O problema foi que demorou um pouco até os caras colocarem o carro para funcionar… O frio arrebenta até o carro.
Tinha um galão de água dentro do carro que amanheceu uma grande pedra de gelo.

A Laguna Colorada, mesmo em horários menos propícios, é sensacional… Queria ficar a manhã inteira ali. A nascente, perto das margens é quente, mas no meio estava toda congelada. Poucos Flamingos ainda estavam por ali, mas suficientes para deixarem aquele lugar mais espetacular ainda.

       

 

Poucas palavras descrevem esse lugar.

Depois de muito tempo andando por ali, já na hora de ir embora, achei um ovo de Flamingo… Tadinho, estava congelado! Uma pena.

 

Aí paramos no Arbol de Piedra. Muito legal o lugar! Mas estava lotado! Não sabia de onde vinha tanta gente… Estávamos no meio do nada!!!!

Nesses lugares essas antas chegam no horário de pico…….

Ótimas fotos, apesar de ter que entrar na fila para algumas… Tinha um pessoalzinho bem sem noção lá.

 

Depois uma sequencia de 4 lagunas, não tão belas quanto as anteriores, mas certamente com sua beleza. São as lagunas Chiarkota, Honda, Hedionda e Cañapa.

 

Almoçamos em uma delas, mas não me lembro qual.

Nesse dia eu fiz a besteira de ir dar uma olhada nos caras preparando a salada… Foi uma pena que eu não estava com minha máquina na hora… Seria uma foto daquelas de exposição sobre “fome” ou “3o. mundo”… Hahahaha!

Sério, dava para ver um pouquinho, mas bem pouquinho, da unha do cidadão no meio da graxa, terra e todo o tipo de sujeiras ali reunidas… Foi engraçado até… Fiquei falando pro pessoal no meio do almoço para olharem para a unha do cara e imaginar ele cortando o tomate e o pepino que estávamos comendo!!!!!

Depois ficamos interagindo com uma biscatcha que morava ali e se juntou a nós durante o almoço!

 

Que coisa mais linda!

 

 

 

O caminho é fora de série…

 

Chegamos então ao Hotel de Sal. Era bem desanimadora a imagem dele por fora, mas por dentro era bem legal! Um dos motivos de escolher a Cordillera era porque eles tinham essa noite no hotel de sal. Pô, quando teria outra oportunidade de ficar em um lugar assim. Não poderia perder essa chance! E valeu!!!

Por fora…

 

Por dentro…

Acorda Evandro!!!!!

 

 

Lá tinha banheiro com chuveiro de água quente. Um só, mas tudo bem! Era disso que precisava! Um banho quente!

 

Nesse hotel os caras cobram para carregar as baterias da máquina. Acho que era $ 5,00. Não tem tomada nos quartos. Achei o cúmulo isso. Eles sabem que vínhamos de um dia inteiro sem tomadas e no dia seguinte alcançaríamos o salar e ninguém quer ficar sem bateria nesse dia.

 

Eu ainda tinha um pouco e me recusei a carregar lá… Bando…

 

 

03/06/2009 – Dia 19 – Salar de Uyuni

 

Nesse dia alcançaríamos o Salar de Uyuni. Estávamos muito ansiosos por isso, mas o dia começou com uma noticia nada animadora. Manifestantes bloquearam as entradas do Salar e da cidade de Uyuni. O Pablo, nosso motorista, conhecia bem a região e disse então que pegaria alguns caminhos alternativos para tentar entrar no Salar. Achamos ótima essa ideia e partimos para lá. Foi meio tenso o caminho.
O Pablo estava nitidamente desconfortável com aquela situação. Mas depois de inúmeros solavancos por caminhos que só ele via, entramos no Salar. Aí foi só alegria!!!!

 

Slalar!!!

 

Pena que teve alegria até de mais… O Javier, motorista do outro carro, ficou a noite inteira na balada e voltou breaco da noite anterior. Para evitar a ressaca, ele continuou bebendo esse dia inteiro… Foi foda… Sorte que não tem muito no que bater lá, mas capotar aquele carro, que já era penso para o lado direiro, não custava muito.
Em toda parada o cara ficava dando voltinhas com o carro antes de deixar o pessoal descer! Uma hora, não sei como, perdemos o cara no meio do deserto… Não sei explicar como isso acontece em um lugar todo aberto como esse, mas aconteceu. Rodamos um monte até avistar o carro dele.
Em uma outra parada os dois pegaram o carro e foram para longe de nós ter uma conversa… Sei lá o que pode ter saído dali…

Essa é a evidência da reunião reservada que tiveram!!!!

 

Esse é o carro pendendo para a direita!!!

 

Mesmo assim, o idiota do Javier foi parar em uma ilha que não era a ilha principal do deserto. O próprio Pablo nos disse que não era essa ilha. Mas paramos ali, o manguacero nos apresentou a ilha como se fosse a Ilha do Pescado (acho que é esse o nome da ilha principal que deveríamos estar) e ficou por isso mesmo.
Essa ilha era bem legal. Vi fotos da outra ilha e achei que a única diferença era que na outra ilha havia mais cactos. Mas não acho que deixou muito a desejar em relação a outra… Tinha cada cacto imenso lá…

Repare que eu estou nessa foto acima…

 

Todo o pessoal

O Evandro refletindo sobre a vida!

 

Aí mais uma parada no Salar. Mais muitas fotos de tudo quanto é jeito que se possa imagnar!!! O lugar é mágico!

 

Então a parada no hotel de sal que fica no meio do Salar. Esse hotel está desativado e funciona como museu.

 

Ficamos um tempo lá e saímos já em direção a Uyuni. Pena que isso não durou nem 5 minutos. O nosso caro ficou sem gasolina… Estávamos sem gasolina no meio do nada! Não dava para acreditar… Bom, depois de ficar caçando aquele imbecil no Salar, estranho seria se não acabasse. Imaginar que eles calculavam a gasolina com alguma margem de segurança obviamente é pedir muito.

Lá vão os caras para o hotel de sal ver se arrumavam alguma coisa… Ainda bem que conseguiram…
Olha que habilidade no manuseio de combustíveis!

 

Quando estávamos chegando em Uyuni, veio a pior parte… A entrada da cidade estava completamente bloqueada pelos manifestantes…
Pablo então teve uma ideia genial para furar o bloqueio… Desviar pelo meio do deserto… Essa ideia não durou nem 100 metros. O animal atolou aquele 4X4.

 

Tentou sair em vão. E no meio daquela bagunça, os manifestantes vieram que nem uns loucos para cima do carro atolado e foi uma confusão bem grande… Estávamos cercado por eles e estavam muito putos! Ficaram reclamando, discutindo o que fariam… Que horror… Aquilo sim é uma terra de ninguém.

 

No começo sim, mas depois não me senti ameaçado fisicamente, mas todos estavam bem receosos em relação a nossas coisas…

Uma hora saímos do carro e minutos depois chegou uma galera e invadiu o carro… Ficamos um olhando para a cara do outro… Ferrou tudo!

Eles estavam na verdade putos com o motorista… No meio da conversa vimos uma mulher que resolveu aplicar uma multa neles… Assim do nada ela me veio com um valor… Acho que eram $ 400. Foi ridícula a situação… Aquela mulher não sabia nem fazer conta, mas já de imediato estipulou uma multa… Inacreditável. O Pablo e o Javier ainda ficavam tentando negociar esse valor da multa… Patético.

As mulheres ficavam o tempo todo pondo lenha na fogueira… Os caras tentavam conversar mais na boa com os 2, mas as mulheres tentavam de tudo para piorar a situação de todos.

Bem, no final nos deixaram entrar na cidade a pé com aquela porrada de malas que tínhamos… Nada muito longo o trajeto, mas com aquele monte de mala foi meio chato.

Só depois descobrimos que a manifestação já durava 4 dias e tinham turistas presos naquela cidade há 4 dias…………………………………… 4 dias naquela cidade esquecida por Deus… PQP.

Sem contar que estava tudo fechado lá dentro da cidade por ordem dos manifestantes… E as pousadas lotadas… Chegava gente, mas ninguém saia!

As agências tinham obrigação de nos avisar disso lá em San Pedro… Mas claro que estavam pouco se lixando para nós…
Óbvio que não teria ido sabendo que corria risco de ficar preso lá… Teria acabado com minha viagem isso.

Somente eu, a Débora e o Evandro voltaríamos para San Pedro. O resto do pessoal seguiria viagem de lá. Então a obrigação da Cordillera com eles acabava ali. Conosco era diferente. Então chamaram o dono da Cordillera que foi falar com a gente.
Meu, o cara não tinha quase nenhum dente na boca e demorei um bom tempo para identificar que o idioma que ele falava era o espanhol…
Já vi tudo………..

Bom, o cara explicou que o prefeito ou governador daquele buraco iria lá naquela noite para negociar com os manifestantes, mas que de qualquer forma poderiam tentar sair de madrugada para retornar a San Pedro, mas só saberíamos disso mais a noite. Então lembramos ele que ainda tínhamos mais uma noite e uma refeição inclusa em nosso pacote. O cara pegou um quarto para nós em uma pousadinha e nos deu $ 50,00 para jantarmos. Assim ele quitava suas obrigações.

Fomos jantar então um pouco cedo, pois teríamos que estar de volta no quarto quando ele fosse nos procurar para dizer o que iria rolar.
Esses $ 50 não deram nem para metade da pizza que comemos. Fomos em um restaurante que estava com as portas fechadas e dentro só crianças atendendo… Foi bem estranho!

O engraçado foi que uma menina entrou com um pessoal, viu o cardápio e acabou saindo… Na saída tinha esse quadro:

 

A mina leu em voz alta para o pessoal e soltou uma gargalhada que eu não consegui me segurar e rachei de dar risada!!!!

“Ah, que linda La Paz…. hahahahahahahahahahaha”. E saiu do restaurante!

Foi o ponto alto daquela noite!

Na volta para o hotel vimos o aglomerado de gente na praça da cidade escutando o tal governador…

Mais tarde em nosso quarto o dono da Cordillera foi lá e nos avisou que seria possível retornarmos na manhã seguinte e sairíamos às 3 da manhã… Graças a Deus!!!

No fim, isso tudo acabou sendo benéfico para nós, pois não dormimos naquele abrigo horroroso que ficaríamos e tivemos um chuveiro quente nessa noite.

 

 

 

04/06/2009 – Dia 20 – Salar de Uyuni / San Pedro de Atacama

 

Saímos no horário combinado… Apesar do sono, não consegui pregar o olho na viagem… Estava com um pouco de medo… O caminho era bizarro… Cada vez que cruzávamos um carro era treta… Fiquei com medo de verdade de um assalto ou alguma coisa pior… Ali era terra de ninguém… Lugar sem lei… Para nos pararem naquela estrada e acontecer algo de pior não custava nada…
E ainda uma hora o animal do nosso motorista me para no meio da estrada e desce do carro para dar uma olhadinha no carro, checar os pneus… Que merda…

Bom, depois que o dia clareou eu fiquei mais tranqüilo e o caminho também era bem melhor, apesar de igualmente isolado.

Daí por diante a tranqüilidade da viagem só foi perturbada pelo efeito da higiene gastronômica da Bolivia no meu organismo… Estávamos quase chegando ao local das termas que passamos na ida e lá poderia usar o banheiro… Mas infelizmente não deu!

A Dé acorda e olha para minha cara… Ela já na hora falou para o cara encostar… Acho que eu não conseguia nem falar mais naquela altura…

Bom, desci e sem maiores dificuldades fiz o que tinha que fazer…

Só que aí me passa uma van cheia de tiazinha bem do meu lado… Eu olho e vejo aquele monte de tia nas janelas me olhando naquela situação bem desfavorável………… Hahahahaha!!!!!
É…. É a vida!!!

Bom, seguimos viagem e 20 minutos depois paramos ali nas termas… Claro que as tiazinhas estavam todas lá!!!!!! Já desci e fui cumprimentando todas, pois já éramos bem íntimos aquela altura…

Como eu não era o único a sentir esses efeitos, o pessoal lucrou um bom dinheiro com o banheiro ali.

Só para não passar em branco… Foi o banheiro mais nojento que eu entrei em minha vida… Entrei lá e já queria voltar para a beira da estrada… Com tiazinhas e tudo…

Aquela entrada no parque onde ficam as Lagunas Verde e Branca nos davam um ticket que deveria ser apresentado na volta… Claro que eu perdi o meu e o da Débora… Eu sei que o motorista ficou um bom tempo trocando ideia com o cara que acabou nos deixando passar… Acho que foi mais porque éramos da Cordillera e eles sabiam que nem era responsabilidade nossa pagar essas entradas… Sabiam que já havíamos pago.
Mas foi vacilo meu!

Depois disso acho que foi tranqüilo… Imigração, café da manhã, imigração chilena, revista das malas, Hostal El Monte e cama!

Peru, Bolívia e Chile – Parte 9 – Final

05/06/2009 – Dia 21 – San Pedro de Atacama

 

Nesse dia embarcamos para tour pelo Salar de Tara. Foi bem legal o passeio! Paramos em uma laguna congelada que o Victor disse que moram uns 5.000 flamingos no verão. Nesse dia já não tinha nenhum…

 

As outras paradas também foram em lugares bem bonitos…

 

No destino final tivemos um almoço dos mais fartos que tivemos em todos os passeios! E eu estava morrendo de fome. Comi muito!!! E ainda sobrou comida no final!

 

Lugar lindo, com aves muito belas e um último flamingo esquecido… Não sei o que aconteceu com ele… Se é muito novo e não se ligou que tinha que ir atrás dos outros… Se esse era muito esperto e percebeu que sozinho tinha mais comida para ele… Sei lá… Eu sei que o bicho estava lá sozinho… Sorte nossa!

Aí foi só voltar para o hostel bem feliz!!!!

 

06/06/2009 – Dia 22 – San Pedro de Atacama

Levantamos ridiculamente cedo para sair para o incerto hiking no Vulcão Lascar.

No dia anterior tivemos uma conversa com o guia… Cara bem gente boa! Não me lembro o nome dele agora, mas ele era famoso por lá… Nesse dia mesmo ele estava mostrando uma reportagem com ele sobre esses esportes…
Ele falou sobre algumas coisas e disse que sem duvida conseguiríamos chegar até a cratera do vulcão… Explicou alguns procedimentos, nos orientou em relação ao que levar e o que comer na noite anterior… Como seriam nossos passos durante a subida… A velocidade, as paradas… Foi bem detalhista. A Dé estava um pouco mais apreensiva, mas acho que depois da conversa deve ter relaxado um pouco, pois o cara manjava muito e passou uma confiança muito grande para nós.

Fomos nós naquele frio insano que é impossível se acostumar, mesmo depois de 20 dias seguidos de frio bravo…

Junto no carro estava uma européia e um venezuelano que morava na Espanha… Muito engraçado o cara!!! Ele tinha morado com um brasileiro e ficou o tempo inteiro falando palavrões em português com aquele sotaque!!!!! Ele falava muita besteira! Demos muita risada com ele!

Chegamos no ponto de partida ainda antes de amanhecer. O guia nos preparou um café e começamos a nos aprontar.
A cratera do Vulcão Lascar fica a 5.600 metros acima do nível do mar. O carro, segundo o guia, pára por volta dos 4.500.

 

Então começa a subida……..

 

É bruto o negócio… Passo pra cá, passo pra lá e a cratera ainda lá longe… É muito íngreme e respirar ali não é fácil…

 

Três horas e meia depois, antes até do previsto, chegamos até a cratera do vulcão!!! Conseguimos!!!!!!!!!!

Estava exausto, mas extremamente feliz! Subir até a cratera de um vulcão ativo a 5.600 m.a.n.m. não é pouca coisa…

 

O cheiro de enxofre é forte ali…

 

Poucos minutos depois que chegamos já iniciamos a descida. Assim que eu comecei a descer minha cabeça começou a doer muito… E assim foi aumentando até eu chegar no carro… Demorei uns 40 minutos para descer… Quando cheguei lá já estava doendo de um jeito que eu nem sabia que era possível doer…

A Dé acha um moletom meu que estava em baixo dela e me mostra… Eu peguei aquele moletom e enrolei na cabeça na esperança de ajudar em alguma coisa… Já não estava nem raciocinando mais essa hora!

Fora o guia, a Dé foi a única que não sentiu nenhum efeito da altitude… A gringa se queixou um pouco e o venezuelano passou muito mal!

Uma hora que paramos um pouco na volta o cara me some… Olhamos para um lado, para o outro… Nada… Aí vemos ele se levantando de trás do carro após botar absolutamente tudo que tinha no estômago pra fora! Coitado… Estava pior que eu!

Voltei acabado, mas certo de que fiz uma escolha muito acertada de subir lá. Que experiência!

 

 

07/06/2009 – Dia 23 – San Pedro de Atacama / Calama

Esse era o nosso último dia de San Pedro e o transfer viria nos pegar no início da tarde. Ainda tínhamos um último passeio, só para relaxar, nas Termas de Puritana.

Só que as coisas começariam a se complicar nesse dia… 😦

A Débora acordou com um mal estar que não conseguia explicar o que era… Já havia acordado de madrugada por causa disso, mas conseguiu voltar a dormir.

Como não estava bem e não tinha dormido bem, disse então que preferia ficar no quarto para dormir mais um pouquinho e se recuperar… Ela disse que estava bem e que eu deveria ir no passeio. Bom, como estava tudo aparentemente bem, o passeio só durava meio dia e qualquer coisa tinha os donos da pousada que poderiam ajudá-la se fosse o caso, acabei indo sozinho ao passeio.

Só íamos eu e ela. Como ela não foi, fui sozinho com o motorista… Ótimo, assim não precisava ficar lá até a hora do fim do passeio.

O lugar é legal… Inusitado… Aquele monte de água em um lugar absolutamente seco.

É um rio de águas quentes onde existem pequenas piscinas que são extremamente relaxantes… Depois de 22 dias de viagem e um vulcão no dia anterior, era tudo que alguém poderia querer!

 

Fiquei lá umas 2 horinhas e já falei com o cara para irmos embora…

 

Quando cheguei a Débora já havia levantado e tomado seu banho. Estava tudo bem aparentemente…

Bom, tomei meu banho, comemos um monte de coisas que ainda tínhamos e ficamos brincando com os gatinhos da pousada até que o transfer viesse nos pegar.

 

O transfer chegou, colocamos nossas malas, entramos e imediatamente começou um pesadelo para a Débora…

Ela começa a se contorcer de dor… Não tínhamos nem começado a andar direito… E ela gemendo alto de dor no carro… Virava para cá, virava para lá… Sentava, deitava… Dobrava, ficava reta… E a dor não passava.

Eu já imaginava o que era, mas não tinha como ter certeza. Eu só queria saber de chegar o mais rápido possível em Calama.

O pessoal do transfer todo olhando e não tinha muito o que fazer… Uma hora ela estava gritando de dor e os caras pararam para ela descer… Bom, não adiantou muito… Voltamos e falei para ele ir o mais rápido que pudesse.

A mulher do transfer nos emprestou o telefone para ligarmos para o seguro saúde que tínhamos contratado… O pessoal do seguro nos indicou um hospital em Calama.

O transfer deixou primeiro o pessoal no aeroporto e nos deixou na porta do hospital… Entrei no hospital carregando mochilas grandes, mochilas pequenas, câmeras, namorada… Parecia que tinha 6 braços…

Fizemos a ficha e esperamos… Era um Domingo no final da tarde… Não tinha muitos médicos e começou a demorar um pouco o atendimento… Eu fui pedir para apreçar o negócio, mas não adiantou muito… Aí uma mulher que viu ela se contorcendo de dor foi lá e também falou para atender a Dé primeiro… Aí então eles foram lá e pegaram ela… Foi um alívio…

Agradeci a mulher, deixei as coisas atrás de um balcão e fui lá com ela… Nossa, ela estava mal! Gemia sem parar! Tinha uma mãe com a filha nessa mesma sala de pré atendimento… A menininha ficou olhando com uma cara de assustada… Perguntou para a mãe o que ela tinha… “Estás enferma!” Hahaha!

Foi examinada e colheram sangue para analises. O medico era bom… Deu toda atenção para ela… Depois teve troca de turno… Explicamos para o outro medico de novo as coisas, ele recebeu os exames e concluiu o que eu imaginava… Era pedra no rim!

No final das contas, foi um alívio para mim… Temia que poderia ser algo pior…

Bom, mandaram um monte de remédio para a veia dela, principalmente para controlar a dor, e receitou mais uns para comprarmos na farmácia para ela aguentar até chegarmos no Brasil.

Quando ela estava quase para ser liberada, ela ainda estava com dor e pediu mais remédio… Bom, o cara então deu!!!!

Ela ficou grogue!!!!! Lesadinha!!!!!! Haha!
Foi de cadeira de rodas até a recepção do hospital e não conseguiu levantar da cadeira… O médico se despediu, mandou o tradicional “soerte” e esperou ela sair da cadeira para voltar para dentro… E quem disse que ela levantava!!!!!! Hahahaha!
Não sabia nem onde estava!!!!

Demorou, mas tirei-a da cadeira de rodas e coloquei-a na recepção do hospital.

Nisso tudo já se passaram umas 6 horas… Já era madrugada, nosso vôo já tinha pousado em Santiago há tempos e eu não tinha a menor ideia do que iria fazer…

Saí então pela avenida deserta no meio da madrugada em busca de um taxi… Andei um pouco e achei um terminal rodoviário que tinha só um taxi parado na frente. Não tinha escolha… Fui lá falar com o cara… Era um cara meio estranho, mas estava valendo… O taxi dele era todinho revestido por dentro com uma espécie de carpete peludo, tinha luz negra e um mini globo giratório de vidro dentro…

Foi treta, mas não tinha escolha. Arrastei namorada e bagagem para dentro e pedi que me levasse para qualquer lugar que tivesse um quarto para passar a noite…

Deveria ter pensado em algo mais criativo para falar………

Ele me leva em uma pousada bem zuada perto do centro da cidade… Bom, sem escolhas, lá vamos nós.

Nesse momento passei a me sentir em um filme desses classe C que passam na Band na madrugada…
Desci de um taxi daquele e entrei na pousada arrastando a Débora e nossas coisas… O cara da pousada não era nada menos estranho que o cara do taxi… Acomodei a Dé em uma única cadeira que tinha na recepção e fui falar com ele… Parecia aquelas cenas do cafetão com uma mina drogada parando naqueles motéis de beira de estrada na Route 66.

Peguei um quarto e lá fomos nós… Claro que era no andar de cima!!! Lá fui eu e minha “bagagem” completa pela escada!

Nem sei que horas já era isso… Enfim dormimos…

 

 

08/06/2009 – Dia 24 – Calama

De dia a pousada nem pareceu tão macabra assim, mas longe de ser um primor também! Passei um frio desgraçado nessa noite… Não foi brincadeira!

Fomos então à farmácia comprar os remédios para ela e depois para o aeroporto tentar embarcar no próximo vôo para Santiago. Ainda tínhamos esperança de pegar nosso vôo para SP nesse dia.

No aeroporto descobrimos que não havia mais vôos para Santiago naquele dia e não seria possível remarcar a passagem por lá. Teríamos que ir até a loja da Lan no centro de Calama e ver se conseguiríamos marcar nossas passagens para o dia seguinte.

O pior é que como não iria ter mais vôos lá até de noite, o aeroporto ficou vazio em questão de minutos… Não tinha mais ninguém! Encontramos então uma menina que trabalhava lá e ela tinha o numero de um taxista que chamou para ir nos tirar de lá!!!!

Nesse dia arrumamos uma pousada melhor para ficar, remarcamos nossas passagens na Lan e fomos conhecer a cidade. Lá não tem nada para fazer, apesar de ser uma cidade arrumadinha, com algumas opções para comer e fazer compras.

 

09/06/2009 – Dia 25 – Calama / Santiago / São Paulo

Estávamos tranqüilos em relação a dor da Débora, pois o remédio era muito forte e estava fazendo o efeito esperado. Ela ficava tranqüila enquanto sob efeito do remédio… Não precisava nem ajustar o despertador para lembrar a hora de tomar… Chegava na hora do remédio e ela já começava a sentir a dor voltando… Batia certinho com a hora de tomar outro comprimido!

Infelizmente não pude ficar um dia em Santiago como havia planejado… Já estive lá, mas existem alguns lugares que não conheci e gostaria de conhecer. Bom, vai ficar para a próxima.

Nesse dia pouco fizemos… Foram só aeroportos, morfina em comprimido e chegar em casa de noite, completamente esgotados, desidratados, com a saúde abalada e certos de que foi uma das viagens mais especiais que fizemos!

Precisava de umas férias quando cheguei…

The End!

PS.: A Débora tinha 3 pedras em seu rim. Uma foi expelida e outras duas ainda estão lá com ela até hoje… Enquanto não se mexem, vão ficar por lá mesmo!!!